AS LIÇÕES DE PI

Esses dias eu estava assistindo "As aventuras de Pi / Life of Pi". É um filme que eu particularmente acho incrível, porque tem algo nessa obra que me toca toda vez que eu assisto. O que dizer da cena em que a baleia pula sobre o barco? É um êxtase total. Sem falar que choro horrores por um sentimento que não sei expressar.



       Deve ter sido a terceira vez que assisti e dessa vez, fiquei refletindo durante todo o filme, como seria ficar no meio do oceano em um bote com um tigre. Ok, a primeira razão para que eu surtasse é que tenho pânico de qualquer lugar com água (leia-se onde possa me afogar - chuveiro não conta). Além disso, eu amo tigres, mas ele poderia me atacar a qualquer momento como um instinto de sobrevivência (diferente dos humanos, que nos atacam gratuitamente).
       Pelos meus devaneios de como seria passar por essa situação, percebi que em alguns momentos de nossa vida estamos em um bote. No meio do nada. Com um tigre selvagem. Claro que esse bote pode ser apenas nosso emprego atual e o tigre um chefe mal humorado; ou talvez seja um relacionamento abusivo com uma pessoa que não te valoriza; em ambos os casos o pânico poderá estar presente. Comecei a pensar nos diversos momentos em que fui o Pi a deriva de um bote. Amizades, empregos, família...foram tantos botes. No atual momento da minha vida me sinto como Pi, No meio do nada...em um bote...com um tigre.



Se a situação fosse literal, eu não saberia o que fazer. Mas nas situações da vida, eu tento me inspirar no personagem do filme. A forma com que ele lida com a situação é incrível. Mas indo além de sua esperteza e sabedoria, o que mais toca meu coração é a conexão dele com o tigre. Deuses! Foi nesse filme que aprendi o real significado da expressão "Namastê". Ali, não havia um deus, haviam duas Divindades que se saudavam e se respeitavam. 

Tá, mas o tigre não era o chefe chato? Exato! E é aí que quero chegar. Quando estamos nos muitos botes de nossa vida, temos a escolha de como reagir ao que nos acontece durante a viagem. O menino poderia ter surtado, atacado o tigre, ter sido atacado pelo tigre, dentre outras. Mas não. Ele decidiu honrar e respeitar aquele que se tornaria seu companheiro de viagem e seu mestre de muitas lições. Por que não fazemos o mesmo na vida "real"?  
No tarot, temos uma carta que simboliza as muitas travessias que fizemos ao longo da vida. Uma tempestade pode nos pegar de surpresa durante a viagem, mas como vamos reagir à isso, é uma decisão nossa. Podemos temer a tempestade ou honrar a Divindade que habita ali.

O que você escolhe fazer com o seu tigre, a sua tempestade e a sua vida hoje? Então que o filme lhe inspire o 6 de espadas seja a sua carta da semana! 












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